Água: Um Recurso em extinção
Apesar de o nosso planeta possuir mais água do que terra, 97% dessa água é salgada e imprópria para o consumo. Os 3% restantes poderiam ser usados, mas metade disso está em locais inacessíveis para o homem.
O problema
O problema da escassez da água potável tornou-se uma séria ameaça para o planeta neste terceiro milênio. Durante muito tempo acreditou-se que a água doce da terra não acabaria nunca. Entretanto o aumento da população, o desperdício, a poluição e a crescente urbanização sem planejamento adequado agravaram, com o passar do tempo, o problema da falta de água.
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Além disso, as diferenças de consumo entre países e setores econômicos tornam o futuro do abastecimento de água para as novas gerações ainda mais preocupante.
A situação do Brasil
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Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil tem 11,6% de toda a água doce do planeta. Mais da metade desse tesouro está localizado no rio Amazonas - que abastece apenas a grande população das regiões próximas. Seu uso é inviável em outras partes do país devido à distância - transportar a água por milhares de quilômetros encareceria demais o produto.
A situação é alarmante, mas parece que nós ainda não nos demos conta disso. Gastamos: cinco vezes mais água do que o necessário! Nosso consumo é de cerca de 200 litros por dia por pessoa, sendo que a OMS recomenda gastos de 40 litros por dia por pessoa. Este desperdício todo preocupa - afinal, o ser humano é capaz de ficar 60 dias sem comer, mas só resiste cinco horas sem água!
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Alerta para escassez de água até 2025
Pesquisador alemão alerta: a água vai ficar escassa em vários países até 2025. O III Encontro Nacional das Águas trouxe para o auditório G2 da UNICAP um dos maiores especialistas do mundo no assunto: o diretor do Instituto de Tecnologia de Água da Universidade de Karlsruhe, na Alemanha, professor Wolfgang Höll. O tema discutido foi Água Superficial, Residuária e Sedimento: um enfoque internacional. Wolfgang Höll começou a conferência, falando dos múltiplos usos do líquido como fonte de água potável, alimentos, produção de energia elétrica, além de servir para a irrigação agrícola, como rota de transportes, descarga de resíduos, prática de esportes e lazer.
O acadêmico alemão enfatizou a importância deste recurso natural e a necessidade de preservá-lo. Höll alertou que em 2025, há possibilidade de a água ser escassa em muitos países, principalmente, no norte da África. E mais: apesar do Brasil ter água em abundância, e o fluxo do Rio Amazonas ser a soma dos nove maiores rios do mundo, há o risco de faltar água no País. Ele ressaltou ainda que a manipulação dos recursos hídricos é um fator preocupante no mundo todo, principalmente, quando se trata de águas superficiais, pois as conseqüências podem ser inundações, interrupções do transporte de sedimentos e processos erosivos nas áreas dos deltas dos rios. A retirada de água para irrigação da agricultura, uso doméstico e industrial, também, tem de ser fiscalizada, porque faz com que lagos desapareçam. Para exemplificar a problemática, Höll, o afluente do Rio Jordão (Mar Morto - que se situa nas áreas de Israel e da Jordânia) corresponde a 20% do seu tamanho em 1900. A Bacia do Rio Yangtse (China) já perdeu o equivalente a 800 lagos, ou seja, 13.000 km² de superfície, após a década de 50.
Situação pior é a da bacia do Rio Amarelo, o segundo
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O professor Wolfgang apresentou uma pesquisa que revelou: no Rio Amazonas, por ano, são descarregadas 130 toneladas de mercúrio, provenientes da mineração de ouro. A qualidade da água fica totalmente comprometida. No ano 2000, muitos peixes e pássaros morreram, devido a uma descarga de 4.000 m³ de petróleo nos rios Barigüi e Paraná. Um outro acidente, ocorrido no Rio Reno, em 69, fez com que 40 milhões de peixes morressem na Alemanha e na Holanda. Já no ano passado, a explosão de uma fábrica química na China, derramou 100 toneladas de benzeno no Rio Songhua, interrompendo o fornecimento de água potável, por cinco dias, na cidade de Harbin. Höll falou, também, sobre programas de gerenciamento de recursos hídricos que são modelos mundiais. "Muitos países introduziram projetos para melhorar a situação de suas águas superficiais. No Brasil, foi implantado o Programa Nacional de Recursos Hídricos, além do Projeto do Rio Tietê. Já na Alemanha, existem comissões de proteção a alguns rios e lagos", afirmou. No Rio Tietê, a captação de águas residuais melhorou em até 82% e a poluição diminuiu num trecho de 160 quilômetros.
O Programa de Gerenciamento da Qualidade da Água: Diretiva-Quadro Européia da Água tem um plano de desenvolvimento que data de 1973 a 2000. A eficácia do programa definiu parâmetros para preservar a qualidade da água. Foram traçados objetivos com relação à utilização da água para banho, água potável, proteção da vida aquática. Além disso, foram instituídos o controle de compostos perigosos (poluentes prioritários); a aprovação do princípio poluidor - pagador; controle e monitoramento da qualidade da água; aprovação de medidas específicas para a indústria. Outras medidas, também, desenvolvidas, envolveram proteção do mar contra a poluição; desenvolvimento de acordos internacionais sobre medidas de proteção ambiental e apoio financeiro para pesquisas.
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