No Brasil, ambientalistas tentam pagar fazendeiros para manter as árvores em pé
Uol Notícias
José Marcolini, um fazendeiro, está lutando com sua consciência. Um grupo ambiental brasileiro está lhe oferecendo um pagamento anual em dinheiro para deixar sua floresta intacta, para ajudar a combater a mudança climática.
Marcolini diz que se preocupa com o meio ambiente. Mas também tem família para sustentar e tem dúvidas de que a oferta inicial do grupo na negociação -US$ 12 por acre (aproximadamente 0,4 hectare)- seja suficiente para que possa aceitar.
"Para resistir à pressão, cercado de soja, eu terei que receber... muito", diz Marcolini, 53 anos, notando que terra desmatada que pode ser trabalhada aqui no Estado do Mato Grosso é vendida por até US$ 1.300 o acre.
No passado, o Mato Grosso fazia jus ao seu nome. Mas hoje, o Estado brasileiro é um centro global de desmatamento. Devido aos lucros resultantes de seu solo fértil, as densas florestas da região foram agressivamente derrubadas ao longo da última década e o Mato Grosso atualmente é o principal exportador de soja, milho e carne bovina do Brasil para todo o mundo, por meio de empresas multinacionais.
O desmatamento, um dos fatores que mais contribuem para a mudança climática, representa 20% das emissões de dióxido de carbono do mundo e 70% das emissões do Brasil. Deter um maior desmatamento, dizem os especialistas, é uma forma tão poderosa de combater o aquecimento quanto fechar as usinas elétricas a carvão do mundo.
Mas até agora, não há recompensa financeira por manter as florestas em pé. Um crescente número de cientistas, políticos e ambientalistas argumenta que pagamentos em dinheiro -como o oferecido a Marcolini- são a única forma de deter a destruição da floresta tropical e fornecer uma estratégia capaz de mudar o jogo nos esforços para limitar o aquecimento global.
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