Alimentação de 1,6 bilhões de asiáticos ameaçada por mudança climática
Terra, 02/09/2009
A segurança alimentar de cerca de 1,6 bilhões de habitantes do Sul da Ásia está ameaçada por causa das secas, as chuvas torrenciais e outros efeitos da mudança climática, advertiu hoje o Banco Asiático de Desenvolvimento (BAD).
Em um relatório, a instituição financeira com sede em Manila, identifica o Afeganistão, Bangladesh, Índia e Nepal, como os países mais vulneráveis a essa crise alimentícia que pode suscitar o desaparecimento de campos de cultivos a consequência da mudança climática.
"A vulnerabilidade do Sul da Ásia à mudança climática tem implicações extremamente sérias para a agricultura e, portanto, também na segurança alimentar", assinala o BAD.
Segundo o estudo, estes quatro países do sul do Ásia e especialmente os que têm uma alta densidade de população como Índia e Bangladesh, verão reduzida de forma notável a extensão de cultivos e a água durante as próximas quatro décadas.
De continuar a atual tendência, antes 2050 a produção de arroz cairá 10%, enquanto a de trigo, 12%, e a de milho registrará uma redução de 17% , de acordo aos dados recolhidos pelo estudo.
"A escassez de comida provocará uma alta dos preços e reduzirá o consumo de calorias por parte da população de toda a região", aponta a instituição bancária.
A segurança alimentar se verá ameaçada pela queda na produção de arroz, o aumento do nível do mar obrigará a deslocar a milhares de residentes de ilhas e zonas litorâneas, e cada vez mais pessoas serão vulneráveis a doenças como o dengue ou a malária, segundo a instituição multilateral.
O BAD aconselhou aos Governos lutar contra o aquecimento global e a atual crise econômica por meio de programas de estímulo que também levem em conta a redução de emissões poluentes e a pobreza.
O relatório do BAD cita como setores-chave a melhora dos sistemas de tratamento de água e irrigação, otimização de cultivos, economia energética, proteção de florestas e preservação dos recifes de coral para garantir as atividades de pesca.
Realizando estas e outras medidas, os países do Sudeste Asiático serão capazes de reduzir o nível de suas emissões em 40% antes de 2020.
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