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Grave seca no Quênia, 33 pessoas e 280 animais já morreram; povos entram em conflito por disputa de água

- É a maior seca dos últimos 12 anos
- País passa por desespero por falta d'água
- Elefantes estão definhando com a seca

16 de outubro de 2009



Uma das piores secas das últimas décadas está causando sérios problemas para as comunidades e os animais do norte do Quênia. Ao menos 32 pessoas morreram em conflitos por água e terras, e líderes locais dizem que vai haver mais violência.


No distrito de Samburu, pelo menos 24 elefantes morreram de fome ou foram mortos a tiros por caçadores em busca de comida.

"A situação está terrível, certamente é a pior dos 12 anos em que estou aqui. Se não chover em outubro e novembro, a crise vai ser total. Eu não consigo nem imaginar as consequências", diz Ian Douglas Hamilton, da organização de defesa dos elefantes Save the Elephants (Salve os Elefantes, em inglês).

David Daballen, também da Save the Elephants, diz que normalmente os animais são mortos para que se retirem as presas de marfim, mas que nas carcaças encontradas recentemente, as patas e tromba também foram cortadas para serem usadas como alimento.


Muitos bois e vacas também estão morrendo de sede e de fome, o que pode se tornar uma catástrofe em comunidades que dependem do gado para sobreviver.

No final de outubro de 2009, a comunidade foi atacada por membros de uma povoação vizinha pouco antes de amanhecer às cinco e meia da manhã e apesar deste conflito ter raízes mais profundas, fundamentalmente trata-se de uma disputa por terra e água.

33 pessoas morreram na violência, bem como 280 animais.

Os esqueletos de elefantes largados ao sol africano ilustram a gravidade da situação. A seca destruiu centenas de rebanhos e muitos acres de plantações, ameaçando a vida da população que depende da terra para comer. Não há mortes de animais humanos registradas, mas um programa do governo alertou que 3,8 milhões de quenianos correm risco e precisam de suprimentos com urgência.

Em dois meses, mais de 40 elefantes morreram. Inicialmente pensou-se que estariam com alguma doença, mas os exames revelaram que estão definhando com a seca. Os que mais sofrem são os jovens, porque não alcançam o topo das árvores onde ainda resta algum alimento.

As mães tem que buscar água com muita dificuldade para colocar pelo menos um pouco na boca dos filhos.


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