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Ban alerta que mundo segue para abismo com aquecimento

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, alertou, nesta quinta-feira, 03 de set, em Genebra, para a aceleração do aquecimento climático que, segundo ele, está colocando o mundo num abismo. "Estamos pisando fundo no acelerador e caminhamos para o abismo", denunciou Ban na terceira Conferência da ONU sobre o Clima, reunida em Genebra desde o começo desta semana.

O secretário-geral da ONU, que acaba de voltar do Ártico, onde pode constatar os estragos causados pelas mudanças climáticas, advertiu que o que é feito agora terá consequências mais tarde, como afirmam os cientistas. "Os cientistas foram acusados durante muitos anos de ser alarmistas. Mas os verdadeiros alarmistas são os que dizem que não podemos iniciar uma ação climática porque isto desaceleraria o crescimento econômico", declarou Ban.

"Eles estão errados. A mudança climática pode desencadear um desastre em massa", alertou, muito preocupado com as dezenas de milhões de pessoas ameaçadas em áreas litorâneas pela elevação do nível das marés, que provoca o desgelo no Ártico. "O que farão quando as tempestades empurrarem o mar para o interior dos continentes? Para onde irão?", perguntou.

Ban depositou todas as suas esperanças em um encontro internacional de alto nível que será realizado no dia 22 de setembro em Nova York por iniciativa das Nações Unidas, mas lamentou a lentidão e o caráter limitado das negociações para a Cúpula de Copenhague de dezembro. Patrocindada pela ONU, a cúpula de Copenhague tentará chegar a um acordo internacional para substituir o Protocolo de Kyoto sobre a redução das emissões de gases do efeito estufa, considerados os principais responsáveis pelo aquecimento global.

"Temos apenas 15 dias de negociações (em Nova York) antes de Copenhague. Não podemos nos contentar com progressos limitados. Precisamos de progressos rápidos", disse. "Em Nova York, espero negociações sinceras e construtivas. Espero que pontes sejam lançadas. Espero resultados importantes", disse Ban diante dos representantes e dos ministros de cerca de 150 países participantes da Conferência de Genebra.

"A resposta está em um crescimento (econômico) verde, um crescimento sustentável", insistiu o chefe da ONU. Considerou que "falta uma política que imponha um preço ao dióxido de carbono. Uma política que envie um forte sinal do mercado às iniciativas pioneiras para um futuro com um nível baixo de dióxido de carbono".

Este investimento representaria "menos poluição, uma saúde pública melhor, uma melhoria da segurança alimentar, menos riscos de emigrações em massa e de instabilidade política, mais empregos na economia verde", concluiu.

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